Artigo publicado na edição 300 da revista Home Theater & Casa DigitalNos últimos tempos tem sido comum encontrarmos na mídia notícias de que existe uma carência muito grande de pessoal habilitado para trabalhar com atividades que envolvem tecnologia. Ou seja, de um lado o desemprego ainda não dá mostras de ser equacionado no nível macroeconômico, no entanto nas áreas mais diretamente ligadas à tecnologia existe uma enorme demanda não atendida.
São citadas diversas atividades, principalmente envolvidas com a TI (tecnologia da informação) cybersegurança, inteligência artificial, desenvolvimento de aplicativos e muitas outras. Os motivos vão desde a ausência de vagas em escolas técnicas e evasão escolar até a dificuldade e demora na atualização dos currículos devido à velocidade da introdução das novas tecnologias. A maioria dos cursos de capacitação exigem aulas práticas e oficinas, portanto montagem de laboratórios e similares, cujo investimento pode ser um obstáculo.
Se esta realidade se mostra em diversas áreas, não poderia ser diferente no setor de automação residencial e predial. Acompanhamos o dia a dia de empresários e profissionais da área e percebemos que esta dificuldade também está afetando seus negócios. A maioria dos prestadores de serviços desta área, os denominados integradores, são microempresários que iniciam suas atividades buscando a sua capacitação individual e com esta qualificação desenvolvem seus primeiros projetos a contento. No entanto, no passo seguinte, quando precisam atender uma demanda maior e sentem a necessidade de contarem com colaboradores ou parceiros para delegarem algumas atividades, começam a surgir grandes dificuldades. E, neste caso, muitas vezes são obrigados a declinarem de novos projetos pela absoluta falta de mão de obra qualificada para atendê-los.
Fizemos um levantamento da demanda estimada por sistemas de automação residencial (baseados em pesquisas recentes) versus a disponibilidade de empresas para atender esta demanda. E chegamos em números muito significativos. Uma das constatações é que existe uma demanda prevista em 2023 de até 3 milhões de potenciais “casas inteligentes”. O numero atual de empresas com capacidade para atender este mercado está situado entre 2 e 3 mil. Portanto, se levarmos em conta estes dados, cada empresa teria cerca de 1 mil projetos para atender por ano! Este numero é muito superior a qualquer realidade atual, por mais simples que possam ser estes projetos...
Ou seja, corremos o risco de perder potenciais vendas (e de termos clientes frustrados) simplesmente pela falta de capacidade de atendimento da demanda espontânea que está despontando...
Quando falamos de “casas inteligentes” estamos envolvendo basicamente seis áreas distintas, todas elas que envolvem tecnologias recentes e cuja tendencia ainda é de forte crescimento nos próximos anos, a saber: segurança, controle e conectividade, entretenimento, conforto / iluminação, eletrodomésticos inteligentes e eficiência energética. Ou seja, se não tomarmos medidas urgentes, o panorama da falta de mão de obra qualificada pode comprometer que estas tendencias positivas se concretizem.
Dentro deste horizonte, o Instituto da Automação tem investido fortemente em capacitação e certificação de profissionais, com diversos cursos e desenvolvimento de material técnico e didático. Contamos também com a participação ativa e colaboração das empresas parceiras (fabricantes e distribuidores) que têm intensificado seus esforços na formação dos profissionais que atuam como integradores, revendas ou instaladores.
Mais detalhes destas iniciativas podem ser conhecidos em www.projetoconectar.com.br
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